Apesar de sua longa estrada e status de ícone pop, Batman, assim como outros personagens dos quadrinhos, nunca foi dos mais felizes no videogame. Para cada bom jogo outros péssimos surgiram e fazia tempo que o Cavaleiro das Trevas não dava as caras no mundo dos games como astro principal de um título de ponta.
"Batman: Arkham Asylum" veio determinado a mudar isso e felizmente consegue. A aventura conta com uma ambientação envolvente e mecânicas que deixam o jogador realmente com a sensação de estar na pele do atormentado herói.
Rebelião no asilo
"Batman: Arkham Asylum" começa com o fim de mais uma caçada do herói que resultou na captura do arqui-rival Coringa. Desta vez a missão pareceu fácil demais e o herói desconfia que o palhaço tem algum trunfo na manga. Como não poderia deixar de ser, o plano do vilão logo entra em curso e, com a ajuda da Arlequina, ele consegue tomar o controle do sanatório Arkham para criminosos insanos de alta periculosidade. Cabe a Batman então se infiltrar pelo gigantesco complexo - que engloba seis grandes prédios repletos de laboratórios, masmorras e passagens secretas - e frustrar os planos dos criminosos, com direito a participações de outros ilustres bandidos dos quadrinhos como Bane, Hera Venenosa, Espantalho e o Crocodilo.
É bom destacar logo que um ponto fundamental para este êxito está na excelente dublagem, que conta com a presença de alguns atores do desenho animado, como Kevin Conroy (Batman), Mark Hammil (Coringa) e Arleen Sorkin (Arlequina). Hammil aparece especialmente inspirado, com uma performance que se distancia da sua versão dos seriados juvenis da Warner e deixa transparecer ainda mais a insanidade e magnetismo do palhaço criminoso, em um trabalho tão memorável quanto o oscarizado esforço de Heath Ledger em "Batman - O Cavaleiro das Trevas". Se Ledger é o Coringa definitivo no cinema, Hammil mostra que é o definitivo em forma animada.
Os gráficos não deixam a peteca cair, com designs imponentes de personagens e cenários, mesmo com uma certa liberdade artística que altera levemente o visual de algumas figuras para que todos pareçam mais musculosos. A imagem de Batman, só para citar uma, é extremamente bem cuidada, que mostra ferimentos ao longo da aventura e impressiona, entre outras coisas, pela movimentação realística da capa e sua ótima textura de visual emborrachado. Como o jogo é bastante escuro, alguns detalhes podem passar despercebidos, mas a iluminação garante um clima sombrio e assustador necessário para o sucesso da empreitada, entre morcegos voando e batarangs se espalhando pelo chão. É tudo tão bacana que fica difícil ficar incomodado com pequenos probleminhas, como erros de sincronia em diálogos, alguns bugs da inteligência artificial dos inimigos ou os serrilhados presentes na versão para Playstation 3.
Três aspectos de jogo
O segundo ponto na mecânica é a necessidade pontual de permanecer invisível. Batman ainda é um homem comum e, mesmo com sua roupa blindada, é capaz de morrer ao levar uma rajada certeira de tiros. Por isso se torna fundamental andar em silêncio, nas sombras, para abordar os capangas armados na base do susto. O jogo dá muita liberdade para o jogador planejar seu ataque e o herói pode, por exemplo, planar sobre os inimigos até acertá-los com um chute certeiro ou se pendurar em pontos altos do cenário para fisgar algum bandido com seu bat-gancho.
Por falar em extras, donos de Playstation 3 ganham um brinde interessante e exclusivo. Por download é possível baixar gratuitamente o Coringa para ser utilizado nos Challenge Modes. Não muda muita coisa e acaba por parecer uma maneira barata de compensar alguns probleminhas gráficos restritos à plataforma.
CONSIDERAÇÕES
Diante do retrospecto decepcionante de jogos estrelados pelo Homem-Morcego, "Batman: Arkham Asylum" surpreende. É o jogo definitivo do Cavaleiro das Trevas, que não só apresenta mecânicas e ambientação sólidas, mas também honra a complexa e intricada mitologia do herói. Com produção de primeira, é facilmente um dos jogos mais interessantes e envolventes do ano, seja você fã do personagem ou não.
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